Leandro de Almeida Costa


A INFLUÊNCIA DA ARTE GÓTICA NAS CATEDRAIS DA BAIXA IDADE MÉDIA DO SÉCULO XII


Na presente comunicação desenvolvem-se um estudo sobre a arte gótica, estilo surgido na Idade Média entre os séculos XII e XIV, período de transformações em meio à sociedade, literatura, política e economia. Salienta-se a relevância e a influência deste estilo sobre a vida cultural e educativa no que concerne ao medievo, tal qual o estudo sobre os vitrais e seu papel pedagógico.Em especifico discutira-se a arquitetura gótica tomando como panorama a basílica francesa de Saint-Denis, e o avivamento das cidades urbanas a partir da arte e de sua pungência no novo comércio da baixa idade média. O método aplicado no texto deu-se por construção de vasta historiografia e bibliografia empregada de forma qualitativa, ademais o uso de iconografia para enriquecer a discussão em torno do estilo arquitetônico na produção abaixo debatida.


Mediante aos escritos de Ernst Gombrich (1995, p.174) a arte na Idade Média foi marcada por dois estilos predominantes que se manifestaram nas pinturas, literatura e arquitetura. Na Alta Idade média o estilo românico se se fez presente, inspirado pelas tradições do antigo império, tinha por características fundamentais o fato de o artista não demonstrar em sua obra os aspectos naturalistas, adotados com intenção de estabelecer proximidade com a representação simbolista da religião.Na sua produçãoa preocupação para com o espaço das igrejas econsequentemente mobilidade não são tidas como fator relevante em vista da arquitetura como um todo, ánesta vertente a existência de cores nos painéis, e volumes na sua elaboração arquitetônica, características estas que formam este estilo.

Todavia segundo José D’Assunção Barros (2009, p.174) sobre o que tange o século XII e XIV conhecidos como a baixa Idade Média a arte inova-se, demonstrando representações destoantes, a predominância do estilo se altera, passando a ser desenvolvida a então arte gótica,um estilo marcado por nascer em um contexto de transformações diante da religiosidade, economia e política. Entre estas mudanças destaca-se o crescimento da sociedade feudal, com o ressurgimento do comércio à distância e dos centros urbanos, decorrentes das cruzadas de meados do século XII, a está nova conjuntura socioeconômica associava-se o clero que vinha tendo progresso em novas ordens religiosas,graças aos investimentos feitos por eles nas construções das novas catedrais e na influência que estes vinham adquirindo diante ao vilarejo ou região, isto muito se explica pela consequente volta de um centralismo monárquico, que estava por ocorrer mesmo que paulatinamente.

A nomenclatura do termo gótico é considerada por Ricardo Ferreira Nunes (2012, p.67) como um conflito na historiografia, podendo ela ter surgido como derivação dos Godos, que eram bárbaros da Idade Média, famosos por terem uma rica cultura arquitetônica, ou surgida no renascimento através dos humanistas que identificaram o gótico em um contexto de povos bárbaros que seriam provenientes da região além dos Alpes, e teriam surgido em oposição ao românico.O autor evidencia o gótico como uma vertente com influência filosófica que segundo estudiosos, apresentam pressupostos na arquitetura e logo mais nas áreas da música, dos vitrais, das esculturas e pinturas.

Nunes (2012, p.29) defende que o gótico nasce a partir da necessidade da antítese para com a arte Românica, tornando se ela a “rival” ou conceituando á com mais propriedade a evolução de uma arte “atrasada”, em contra ponto Maria Antonia Benutti (2011, p.5) apresenta a perspectiva de “substituição” e não conflito entre as duas, fator que considera fatores externos a sua criação além do “atraso” mencionado. O estilo floresce na França sendo lá construída a primeira catedral com características góticas, e por isso este estilo ficou também conhecido como a“Arte das Catedrais”. Nestas construções a presença da religião e o misticismo, são identificados a partir de seus inúmeros símbolos que compõe seus interiores e exteriores,desenvolvidos nos projetos dos Mestres Maçons que eram os “arquitetos” destes “edifícios”.

Catedrais
Interligadas com a religião e consequentemente a fé, as catedrais exerciam a responsabilidade de educar, revigorar o domínio do clero sobre os fiéis e disseminar emoção e esperança em torno da salvação. Sandra Sirangelo Maggio (2015, p.202) diz que estas igrejas desenvolviam um sentimento coletivo e cívico a qualquer indivíduo que a frequentasse, a magnitude em tamanho, verticalidade, e a intensa iluminação no interior destes espaços, faziam as pessoas se sentirem mais próximas de Deus e ao mesmo tempo sentirem que havia um ser superior a eles,concebiam um sentimento de obediência ou até mesmo de temor ao considerado como divino, que impunha a todos respeito, medo e paixão sentimentos que se misturavam entre todos.

A autora Maggio (2015, p.202) permeia o imaginário desse recorte temporal do medievo analisando o ser divino,representando-o como sendo entendido por Lei, Pai ou o Deus supremo, concomitantemente exerce papel de protetor e legitimador sendoa pto a punir ou destruir. Os interiores das catedrais eram colocados de forma a atravessar o pensamento religioso e tradicional de uma sociedade, ao entrar nela a população passava por acreditar em um processo ideológico, que perpassava o sentimento de estarem ficando mais próximos do céu e de Deus, e a altura das catedrais fundamentava ainda mais este pensamento sendo o teto, as torres apontadas para alto e os vitrais que recebiam luz diretamente como evidências da aproximação com o divino.

Ainda segundo Maggio (2015, p.201) as catedrais mantinham características de exemplificar o posicionamento social dos que a frequentavam, por conseguinte, dos habitantes da região. Durante a missa a nobreza era posta a frente e os camponeses, artesãos e outras pessoas desprovidas de status eram dispostas na parte de trás para acompanhar a cerimônia que sempre era pronunciada em latim. Entre estes últimos havia a dificuldade de acompanhar com clareza os ensinamentos do padre, o que por sua vez era comum tendo em vista que boa parte da população era analfabeta, contudo, o implemento dos vitrais e das “rosáceas”, desempenhavam a função pedagógica do público presente, através de seus vidros coloridos com representações de santos e de Cristo além de em certa parte da construção enaltecer heróis e mostrar governantes da época, estes vitrais faziam com que os ensinamentos e sentimentos sentidos pela nobreza ao ouvir o padre também fossem sentidos pelo povo ao verem os vitrais.

O estilo gótico segundo Ricardo Ferreira Nunes (2012, p.44) preocupava-se em guardar determinados locais para se colocarem estas rosáceas e vitrais, para que a catedral concebe-se um meio de falar com a população, através de símbolos simples e contemplativos. Estes produzidos pelos mestres vitralistas como eram denominados aqueles responsáveis de fazê-los, compunham narrativas de tal maneira que até sua liberdade de criação os fez inserir histórias que não eram cristãs, porém sempre com responsabilidade de não afetar a igreja, como anteriormente citado a representação de governantes é um exemplo disto, de todo forma os vitrais eram meios educativos seja do meio secular ou divino.

Ainda segundo Nunes (2012, p.45-48) haviam espaços dedicados a vitrais especiais dedicadas a história da salvação e crucificação de Jesus Cristo, estes eram tratados na arquitetura com especial atenção por apresentarem enormes janelas ogivais construídas através de inúmeros vidros coloridos acompanhadas de uma armação de estanho sempre com intuito de iluminar a catedral e chamar atenção dos religiosos. Em seu planejamento as igrejas detinham um intenso recurso dos conhecimentos da matemática da geometria, da decoração e dos objetivos que cada painel, vitral ou rosácea haveria de desempenhar. Conhecimentos deixados, por exemplo, por Euclides de Alexandria foram essenciais, as seções cônicas, assim como as proporções misturadas à geometria criavam as esferas característica das catedrais.

Mediante ao que Nunes (2012, p.66) verbaliza as catedrais também denominavam lugar de proteção, sendo ela o espaço onde o mal não podia entrar. Demônios, monstros ou danações eram impedidos de entrar na casa de Deus, o homem medieval pensava que todas as hostes demoníacas tinham por objetivo destruir suas plantações ou vidas, as catedrais mostravam-se como protetoras,as gárgulas encontradas, por exemplo, na catedral de Notre-Dame eram vistas como combatentes caso os demônios quisessem atacar, além de exercer a função de escoar a água do telhado. 

O autor Ricardo Ferreira Nunes (2012, p.69) ainda fala sobre como a arte desenvolvia através desta arquitetura e decoração simbólica, o desencadeamento a rivalidades entre as cidades, todas ambicionavam terem grandes catedrais, largas e altas com intuito de mostrar a riqueza da cidade culminando em certo prestigio a elas, além de servir como uma forma de impulsionar a economia local, já que as feiras se tornavam amplamente frequentadas por viajantes que viam ver a catedrais.

A Arquitetura na Arte Gótica
José D’Assunção Barros (2009, p.14) levanta a questão sobre como a arquitetura ligava-se com a burguesia iniciada nas cidades, criando novos parâmetros sociais, o fortalecimento e influência das articulações monárquicas para as nações hodiernas, tendo por consideração as ações que as catedrais impunham com as assinaturas ocorridas em seus interiores que delimitavam a região de onde eram construídas. As marcas regionais eram fundamentais no intuito de popularizar as regiões,demonstrando a partir dela os trabalhos humanos daqueles que habitavam ao seu redor, elas mantinham sempre bem características a arte gótica com sua altura que apontava para o alto como forma de estar mais perto de Deus.

Á arquitetura voltava-se ao ser cristão, manifestando segundo as palavras de Giulio Carlos Argan (1999, p.29) o “desejo de transcendência”o qual seja camponês ou nobre tinha. O constante implemento das verticais, acompanhadas como Argan fala pelo “arrojo e complexidade de suas estruturas” demonstra a estética da arquitetura que pode até ser considerada ‘burguesa’ já que advinha das cidades e dos meios desta nova sociedade comercial, a catedral tem em primeva função criar um sentimento de pertencimento à “comunidade” que durante o processo envolvia-se na sua construção que chegava a durar até 200 anos.

Ricardo Ferreira Nunes (2012, p.31-33) patenteia o gótico arquitetônico como fator de influência no que concerne a perspectiva do homem medieval sobre a sociedade em que vivia, os símbolos caracterizavam esse novo objetivo da arte, procurando conceituar de alguma maneira essas peculiaridades. Nunes observa como o gótico trouxe as formas “ogivais” como seu apoio central, definindo o estilo arquitetônico em suas “geométricas abobadas”, desenhos e formas.Não obstante na introdução deste artigo foi apresentado o estilo artístico Românico que por sua vez buscava por apontar para cima com seus arcos e ogivas podendo ser definidas como características deste estilo artístico, então como podem diferi-las?Esta questão vêm a ser respondida pelo implemento da luz e a “relação entre estrutura e aparência”.

Ademais, o advento de arco botantes formas de meio-arco que demovia o peso do teto para os pilares laterais designados como contrafortes proporcionaram o alongamento as disposições e armações, feitas ainda entre enormes ambientes partidos pelas paredes, NUNES (2012, p.34) fala que estes espaços eram dedicados aos vitrais abordados anteriormente, que destacavam a luz interior e que geravam uma nova nomenclatura a arquitetura das catedrais góticas, agora chamadas de espaços de “diáfana e transparente”.

Segundo Maria Antonia Benutti (2011, p.5) para se construir este monumento religioso assim com também qualquer outra grande construção, empregava-se o Mestre Maçom, profissional responsável pelo seu planejamento e conclusão da obra, desenhava para si uma própria organização onde se fazia presente à atuação do mesmo como arquiteto e chefe geral, apenas ele em toda a Idade Média tinha conhecimentos em relação às fórmulas geométricas aplicadas nos projetos arquitetônicos, é importante lembrar que como a construção de uma catedral durava muitos anos nem sempre o mesmo Mestre Maçom que iniciava a construção era o que terminava.

Mediante o que diz Marcus Vitruvius Pollo (2007, p.168) “para os projetistas, construtores e arquitetos do período gótico, a geometria era o elo entre o plano material e o espiritual e, por isso, é o princípio fundamental das catedrais do estilo gótico” Vitruvius abordava o fato de que sem está simetria e proporção era impossível que se pudesse obter uma gênese em relação a qualquer outra construção de forma que as catedrais tivessem de ter exatidão em suas proporções, esta mentalidade ainda empregava-se na arte gótica da música e na representação da natureza.

A decisão em relação às medidas das edificações arquitetônicas é chamada de “traçado regulador”, Maria Antonia Benutti (2011, p.4) escreve que este é o significado principal na elaboração da geometria sagrada, podendo definir os meios de como a construção vai suceder. Estes reguladores eram escolhidos com base na natureza e seus elementos, e na organização dos conhecimentos da matemática de modo que os dois estavam interligados, formas verticais da construção juntamente com as grandezas horizontais eram ao final as medidas que determinavam se as estruturas tinham analogias entre elas.

Fig. 1
Fachada atual da Basílica de Saint-Denis.Ilustração esquemática de uma catedral gótica.(Archives Larrouse/Lauros Giraudon,apud:PROENÇA, Graça.História da arte. 17. ed. São Paulo: Ática, 2010. p. 73).

De acordo com a figura 1 a primeira das catedrais construídas em estilo gótico puro foi a de Saint-Denis, em Paris, no século XII, onde segundo Maria Antonia Benutti (2011, p.6) apresenta o estilo vertical supracitado, e a precisão nos traços. Na ilustração abaixo que mostra o lado oeste do prédio, podemos destacar três portões, uma “rosácea” e um campanário no lado sul, nesta rosácea que se localiza ao meio exibe um espaço de acesso a luminosidade, que transportava o maior sentimento de um lugar sagrado. A janela designa uma forma circular peculiaridade da arte românica, entretanto Saint-Denis foi em primo,a construção que recebeu está forma geométrica no território francês, é importante destacar que mais tarde o estilo gótico aderiu fortemente estas formas a suas igrejas principalmente no norte da França, manifestando a ideia em suas fachadas.

Sandra Sirangelo Maggio (2015, p.202) descreve a engenharia aplicada nesta arquitetura em três termos que também se aplicam a definição do que foi a arte gótica: “beleza, aparente simplicidade e equilíbrio” estas descrições apresentam-se a principio apenas nesta forma de arte,porém, depois se expandem para qualquer campo da arte que se apresenta na Baixa Idade Média até o renascimento.

Considerações Finais
Perfazendo o estudo, constatar-se a catedral, consoante ao que coloca Ricardo Ferreira Nunes (2012, p.68) como espaço social da vida do medievo, constituindo ambiente de estada do poder do clero e do saber, os centros urbanos se colocavam como centros culturais, com a edificação de áreas e praças de reuniões, que de certa forma mantinham a mentalidade da temporalidade no sagrado. Para os “prédios” sagrados a importância dos vitrais fora essencial,sendo o nutriente necessário a construção do imaginário social da população, e da linguagem obtida através deles.

Embora se apresente neste texto apenas uma pequena base do que realmente fora a arte das catedrais góticas, é possível constatarmos como elas guardam simbolismos, funções sociais e econômicas. E ainda segundo Maria Antonia Benutti (2011, p.12) como esta arquitetura demandou grande conhecimento sobre a matemática e a geometria em seus projetos.

Na simbologia a diligência com que fora elaborada e o emprego de elementos geométricos que envolveram as igrejas medievais, deram a versatilidade que lhes conferiram o fator de reconhecimento para com sua técnica, de tal modo desenvolvendo discussões, em meio,às pesquisas de história da arte à volta de sua aplicabilidade, tal qual a sua relevância na retomada no renascimento e contemporaneidade, igualmente trabalhado por José D’ Assunção Barros em seu artigo sobre os contra ponto do estilo gótico e da arte românica, além do ressurgimento das discussões nas produções historiográficas do século XIX.

Depreende-se que a partir do estudo sobre a profundidade do tema,a importância assim como, a influência no que concernem as artes, filosofias e o controle da igreja sobre a produção artística e poder sobre o conhecimento medieval, como o gótico interferiu n a dinâmica dos eventos desde o século XII, importantes na revitalização artísticas de uma sociedade remetida a suas produções do império greco-romano.

Referências
Graduando do curso de História-Licenciatura da Universidade Estadual da Região Toacantina do Maranhão (UEMASUL), Pesquisador e Subcoordenador de mídias, web e pesquisa do Núcleo de Estudos Multidisciplinares de história Antiga e Medieval-NEMHAM. E-mail leandroherodoto@gmail.com.


ARGAN, Giulio Carlo. História da Arte Moderna, São Paulo: Companhia das Letras, 1999.

BARROS, José D’Assunção. O romantismo e o revival gótico no século XIX:Arte Filosofia, Ouro Preto, n.6, p. 169-182, abr.2009.

BENUTTI, Maria Antonia. A GEOMETRIA DAS CATEDRAIS. XX Simpósio Nacional de Geometria Descritiva e Desenho Técnico IX Internacional Conference on Graphics Engineering for Arts and Design. Rio de Janeiro 2011.

GOMBRICH, E H. A História da Arte. 16 ª ed. LTC Ed. Rio de Janeiro. 1995.

MAGGIO, Sandra Sirangelo. “Considerações Sobre as Mudanças no Gênero Gótico: de Geoffrey Chaucer a Neil Gaiman.” In O Insólito nas Literaturas de Língua Inglesa. Claudio Vescia Zanini & Sandra Sirangelo Maggio (Orgs.). Rio de Janeiro: Dialogarts, 2015.

NUNES, Ricardo Ferreira. Vitreorum Ministerium: o didatismo dos vitrais medievais, história e linguagem visual. Os vitrais da Yorkminster. Tese de Doutorado. Programa de Pós- Graduação Linguística Geral da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas. São Paulo: Universidade de São Paulo (USP), 2012, 162p.

POLLIO, Marcus Vitruvius. Tratado de Arquitetura. São Paulo: Martins Fontes, 2007.


9 comentários:

  1. Oi Leandro, tudo bem? Parabéns pelo texto! Você conhece os trabalhos do Laboratório de Teoria e História das Mídias Medievais da USP (LATHIMM)? Cito com especial carinho o trabalho da profa. Maria Cristina Pereira, que foi minha orientadora de doutorado. Acho que você teria muito a dialogar com a produção dela e do referido laboratório, que tem vários textos publicados sobre catedrais medievais. Abraços,

    Renan M. Birro

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    1. Olá boa noite Renan M. Birro, obrigado por disponibilizar-se a ler meu texto e agradeço a apreciação.
      Sobre sua pergunta infelizmente não conheço o núcleo em questão, mas obrigado pela dica, estarei pesquisando mais sobre o trabalho deles em especial o da Prof° Maria Cristina Pereira, acredito que a discussão em torno das catedrais será de grande valia as minhas produções.

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  2. Olá Leandro, primeiramente parabéns pelo excelente texto, gostaria de saber mais sobre a relação que se estabelece estre a monumentalidade das igrejas e o espaço urbano que a cerca, quais seus contrastes e a relação que forma com o individuo, e se é possível comparar a imponência das obras as utilizadas pelo brutalismo soviético
    Mais uma vez parabéns pelo excelente trabalho

    Jorge Luis de Souza Barbosa

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    1. Olá boa noite, obrigado pelos elogios e agradeço a pergunta.
      vamos dividir as repostas então para que fique claro;
      1 - referente ao espaço em torno das igrejas, sim a relação de ambas foi importante, primeiramente devido ao reavivamento comercial que antes colocado nas rotas comerciais, agora estabeleciam-se com grande força nas grandes cidades onde nascem as feiras, é também importante dizer que as igrejas eram sinônimos de poder para estas cidades, tanto que muitos dos governantes destas cidades investiam na grandiosidade de sua arquitetura, vitrais e beleza como forma de mostrar poder a outras cidades.
      2 - Em relação ao indivíduo e seus contrastes e vivência com estas construções, há primeiro que se dizer que eles mantinham estreito vínculo com a religião, fortemente influenciadora da época, logo a tradução do começo destas grande construções com a população era de orgulho e paixão. As catedrais tinham por uma de suas funções ser pedagógico, isto, oportunizava as pessoas elucidação aos temas religiosos. É também necessário falar do sentimento de pertencimento que ocasionava nas pessoas, sentir que pertencia a uma comunidade que detinha grande importância por sua arte nas catedrais, além da melhora de vida que elas causaram na economia da sociedade que estes indivíduos viviam assim como discutido por mim no texto. Estabelecer uma comparação a partir do brutalismo soviético, pode ser visto pelo lado de suas grandes estruturas como sim uma influência porém, o gótico mantém traços diferentes, ele é pedagógico em primeiro sentido, segundo ele mantém características em detalhes nos seus adornos, valores ideológicos, culturais e um maior rebuscamento. Então em minha concepção não há grande possibilidade de associação entre as duas.
      Espero ter respondido suas perguntas.

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  3. Cumprimentos ao autor!
    O texto na sua coesão dá um panorama da arte gótica implementada nos templos religiosos. Considerando o aspecto dos vitrais presentes nas Igrejas de estilo gótico, além da beleza e imponência gerada podemos intuir dos vitrais sendo como um meio eficaz de abrilhantamento da fé, de ajuda na prática religiosa? Interrogo considerando elementos, tais como o fato da proporcionalidade e imponência gerada pela beleza e riqueza dos vitrais, considerando-os um mecanismo que propicia interação, que uni todos os sentidos, mas, marcadamente e de modo mais evidente é o sentido da visão que toma forma. Também considero o estilo gótico como um espaço pensado para ter espaço de silêncio e abrigo, sendo complementado pelos vitrais que embelezavam e iluminavam (além de ensinar); tudo esses elementos tendo em vista que a sociedade passava por inúmeros complexos e transformações como dito no texto e o assim inferindo que o templo seria um abrigo visual de calmaria e mansidão. Minha questão é, pois, então considerando o todo, o vitral como elemento singular do estilo gótico; e que gostaria que discorresse mais especificamente sobre, já que o texto apresenta sobre os vitrais em consonância ao todo.
    Douglas Felipe Gonçalves de Almeida.

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    1. Boa Noite, agradeço a disponibilidade em ler meu texto e fico feliz com seus cumprimentos.
      Pretendo então responder as duas perguntas feitas por você, os vitrais mantinham sim o aumento da fé, as catedrais estabeleciam que os mesmo fossem colocados de forma a ficarem sempre visíveis a população, eles contavam as histórias bíblicas e traduziam a fala dos padres, que pronunciavam a missa em latim, em uma sociedade onde poucos eram letrados, os vitrais foram formas de manter estruturas religiosas nas comunidades medievais.
      Outro fato que gostaria de elencar é o fato de os vitrais serem uma nova forma dinâmica do estilo gótico, foi através dos mesmos que os ambientes ganharam contrastes de lugar santo e de um paraíso, as luzes iluminavam o ambiente e as cores e desenhos neles construídos, traziam a sensação de paz e conforto, diferente da primeira geração da arte gótica que traziam espaços escuros e desconfortantes, a segunda geração com os vitrais redefinem o sentimento de beleza e principalmente nas formas geométricas e na forma de se trabalhar os materiais cristalinos.
      Nos vitrais eram trabalhadas cenas bíblicas como falados, mais também a representação dos reis, da nobreza e do clero, porém com o tempo a igreja decidi por deixar estes em pouca evidência, ao dizer que os vitrais são a mais pura representação do que é Deus. Um ser puro, transcendente de luz e presente na vida e todos.
      Espero ter respondido a suas perguntas qualquer dúvida por favor pode fazer.

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  4. Boa noite.
    Excelente artigo, parabéns!

    A arte gótica e principalmente as construções das catedrais pode ser utilizada para desconstruir a ideia que a "Idade Média é a idade das trevas"?

    Muito obrigado!
    Gabriela Maciel Ceccon

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    1. Olá boa noite, obrigado pela pergunta e agradeço a disponibilidade em ler o meu texto.
      Respondendo sua pergunta, creio que sim, o termo nasce no renascimento por dizer que não havia tantas inovações no medievo, o gótico desmente está afirmação a partir de sua inovação técnica e contraste, o gótico difundiu a grande pedagogia tanto nas ciências da arquitetura e economia, contudo a difusão da mesma gerou novas formas geométricas, empregos de uma matemática avançada e uma astrologia também em crescente desenvolvimento (discuto isso no texto quando falo que as catedrais eram direcionadas a ficarem mais próximas de Deus).
      Espero ter respondido sua pergunta.

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