Álvaro Alfredo Bragança Júnior

LITERATURA E HISTÓRIA COMO SABERES COMPLEMENTARES SOBRE O MEDIEVO – INTRODUÇÃO A UMA DISCUSSÃO


Por um pequeno debate – Historia e Literatura
Retomando antigas reflexões acerca da complementariedade epistemológica da área de Letras, mais especificamente da Literatura, para os estudos historiográficos, percebe-se que, especialmente a partir dos fins da segunda década do século XX, paulatinamente se cria um diálogo maior no âmbito das Ciências Sociais, cujo centro de discussão gravitaria ao redor da possibilidade da Literatura não apenas fornecer subsídios interpretativos para um conhecimento maior daquilo que convencionamos chamar de real”, mas também e principalmente constituir-se como tal. Como símbolo de uma construção ideal, mas ao mesmo tempo empiricamente passível de datação, o conceito “realidade” permite diversas formas de entendimento como background para a formulação de teorias epistemológicas. Seja qual for, porém, a abordagem hermenêutica, qualquer discurso que afirme ou negue o real insere-se dentro de uma visão cultural específica, que norteia o modus faciendi dos discursos científicos específicos.

Nesse sentido, tentamos nos ocupar com a zona de imbricação entre as ciências histórica e literária e as metodologias para sua aplicação ao estudo dos textos medievais – em nosso caso preferentemente em língua alemã - a partir de nossas propostas de entendimento sobre cultura e sobre como esse processo cultural operacionaliza conjuntamente o fazer literário e o fato histórico. Para tanto, nesse brevíssimo artigo, reputamos como indispensável nos debruçar sobre os conceitos de cultura e de discurso por nós postulado.

Se remontarmos à sua etimologia, cultura deriva-se do verbo latino colere, cuja acepção primordial seria “cultivar”. Destarte, o cultivo de determinada área associa-se metaforicamente ao cuidado com algum campo do saber, que durante gerações frutifica, na medida em que os séculos lhe atribuem insumos de variados tipos, configurando-lhe posteriormente um novo plano de existência, inserido dentro de um determinado período e de uma conjuntura social específica. Uma das formas de chegada a esses desdobramentos espaço-temporais é o texto escrito. Tanto a ciência histórica quanto a Literatura, constituídas enquanto epistéme, trabalham com textos, embora com objetivos diferentes. A uma modelar tentativa de se “documentar” o passado e o presente de uma junta-se o labor essencial, mas não integralmente estético da outra. De forma resumida, poderíamos dizer que ambas vêem na palavra escrita uma fonte de criação e de recriação de um dado momento. Nesse estágio, a cultura e a realidade indissociam-se. Testemunho e documento apresentam pontos de convergência e divergência em seus procedimentos decodificadores do “real”. Para alguns historiadores, como Chartier (1987, p.16-17), o que talvez possa uni-los é a visão de uma “história cultural” ao definir o objeto de estudo desta ciência: identificar o modo como em diferentes lugares e momentos uma determinada realidade social é construída, pensada, dada a ler”. Nesse sentido, pleiteia-se uma historicização da obra literária, como afirmam Pereira & Chalhoub (1998:7), pois pode-se através da mesma, após sua inserção dentro do movimento social, investigar as suas redes de interlocução social, destrinchar não a sua suposta autonomia em relação à sociedade, mas sim a forma como constrói ou representa a sua relação com a realidade social – algo que faz mesmo ao negar fazê-lo.

Sabendo-se que uma obra literária se constitui a partir de sua materialidade textual,verifica-se o pretexto/pré-texto para sua produção, a fim de, à guisa de outro procedimento metodológico, investigá-lo como possível patamar de contextualização micro-histórica de um certo dado cultural. Por isso, ao definir as relações entre cultura e texto literário, Doris Bachmann-Medick (1996, p.10) afirma que

Entender cultura como texto significa delimitar um campo comum, que somente pode ser trabalhado através de questionamentos transdisciplinares: a cultura é um campo, que – de forma semelhante a um texto – possibilita diversas formas de leitura. A própria atenção direciona-se à condensação de significados interpretativos das formas de representação cultural como, do mesmo modo, às estratégias retóricas na representação das culturas.

O texto, com seu repositório cultural, configura-se como discurso sobre uma dada realidade. Aqui, pois, cabem algumas sucintas palavras acerca do que podemos sumarizar como discurso. Também falando sobre a origem etimológica, discurso, cujo termo é oriundo do latim discursus, particípio passado de discurrere, “correr ao redor”, possui o significado metafórico de “lidar com um assunto através de vários pontos de vista”, o que conflui para a zona de imbricação dialógica por nós mencionada anteriormente.
A partir da década de 1960 afirma-se um campo metodológico muito caro às Letras, mas de teor transdisciplinar, qual seja, a Análise do Discurso. Postula-se que o discurso pode ser entendido a partir de diversas formas: como uma estrutura verbal, um evento comunicativo cultural, uma forma de interação, um sentido, uma representação mental ou um signo, por exemplo. Interessa-nos, neste pequeno artigo, a segunda acepção. Neste prisma, as estruturas gramaticais (e.g., sintaxe, semântica), de retórica com o uso das figuras de linguagem (antíteses, metáforas, eufemismos) e as tipologias textuais que conformam o discurso (argumentação, exposição, narração).

Desta maneira, abordagens inter e transdisciplinares entre os discursos histórico e literário, ao se entrecruzarem, oferecem um campo de visão mais amplo, embora não único, de um determinado ”sujeito cultural”, coletivo ou não, consciente ou não de seu papel como agente transmissor de informações sobre sua geração. Destarte, uma ficcionalização da História não é o nosso objetivo, mas sim a ficção literária historicamente tratada como produto cultural.

A Idade Média sob as luzes histórico-literárias
Ao tratarmos neste texto da Baixa Idade Média em regiões do Sacro Império Romano-Germânico encontramos alguns elementos culturais, cuja abordagem histórico-literária possibilita-nos um viés para uma tentativa de reconstrução daquele passado. Poesia, enquanto realidade literária, como relato histórico presta-se a esse papel. Contudo, com que elementos podemos contar para nos achegarmos às informações presentes naquela?
Os portadores da cultura cortes e caval(h)eiresca dos séculos XII e XIII eram, em especial, cavaleiros e ministeriais oriundos da nobreza, que gradativamente ganharam importância e prestígio e a quem a cultura do trovadorismo era endereçada. [Em alemão, o termo para “trovadorismo“ é Minnesang]. Deste modo, as cortes ofereciam aos trovadores a oportunidade de criar um plano ficcional ideal, no qual aquelas traziam como expressão modelar para a composição dos textos a veneração da mulher enquanto frouwe e herrîn. [Frouwe designa a dama cortes, enquanto herrîn conceitua a senhora, inacessível ao caval(h)eiro.] Ao mesmo tempo os trobadours entretiam as cortes com histórias de aventuras. Fala-se, neste caso, da épica cortes.

Quando nos ocupamos com a questão de como teria sido possível, que tenha se formado no círculo dos bellatores uma consciência literária e de classe, precisamos, como germanistas, de sólidos pontos de apoio na historiografia em língua alemã sobre a Baixa Idade Média germanófona. As fontes literárias e em especial os epos podem e devem ser considerados, também em sua essência, como testemunhos importantes de uma época em mudança. Se, no entanto, se trata de um jogo ou de um ideal pedagógico desejado, conforme as opiniões de Bumke (1999), Althoff (1997) e Wenzel (1974), dentre outros, tal indagação ficará pendente para futuras elucubrações.

A historiografia coloca à disposição do pesquisador resultados, os quais podem lhe proporcionar um olhar “mais realista“ sobre as condições de vida em um dado momento histórico. Os cavaleiros da alta nobreza e os ministeriais sentiam-se especialmente como co-participantes das histórias heróicas dos épico arturianos, já que estas eram bem apropriadas para um melhor simbolismo dos ideais de cortesia. [Sobre a diferenciação entre Ritter (caval(h)eiro) e Ministerialen (ministeriais) cf. BUMKE, Ministerialität und Ritterdichtung.] Ao  serviço à dama, efetivamente estimulado pela Igreja no trovadorismo, associou-se gradativamente nos romances uma auto-representação aberta e idealisada da cultura cavaleiresca da corte e da ostentação de poder em alguns pequenos círculos da alta nobreza. Uma auto-consciência e fausto participavam também na elaboração literária de um ideal de vida. As aventiuren através de florestas misteriosas, reinos mágicos, o confronto com criaturas diversas, as lutas e justas por minnecliche frouwen [Termos em médio-alto-alemão que significam “damas dignas de serem cortejadas“] e contra contendores com ou sem as virtudes caval(h)eirescas eram presumivelmente lidas em algumas cortes determinadas e com isso tornavam-se conhecidas. Nestes pequenos círculos desenvolveu-se, por conseguinte, este jogo literário de entretenimento, que possuía simultaneamente um caráter modelar. Uma das tarefas da literatura caval(h)eiresca e cortes de então é, conforme nosso ponto de vista, o disciplinar de um estamento de guerreiros e sua reformulação em caval(h)eiros cristãos da corte. História e Literatura se indissociam.

Por considerações finais (in)conclusivas
De acordo com o exposto retomamos uma antiga indagação nossa, que poderá servir muito bem como cláusula final deste nosso texto, digamos, provocativo. Quais os limites entre uma poesia que se historiciza e uma abordagem historiográfica que encontre naquela os traços de uma “realidade“ almejada?

A Literatura não é, nem deve ser um espelho da realidade histórica. Do mesmo modo, o documento histórico significa um modelo de percepção e entendimento de uma dada realidade. Ambos os caminhos podem ser englobados lato sensu naquilo que entendemos como cultura, i.e., o complexo dos padrões de comportamento, das crenças, das instituições e doutros valores espirituais e materiais transmitidos coletivamente e característicos de uma sociedade. (Ferreira, 1995, p.508). Se, para a análise do testemunho histórico, como afirmam Pereira & Chaloub (1998:9) deve-se sempre ter em vista que os sujeitos vivem a história como indeterminação, como incerteza, como necessidade cotidiana de intervir para tornar real o devir que lhes interessa, os textos medievais fornecem elementos histórico-literários, que ao reduzir a escala de observação (Sacro Império- séculos XII-XIII), proporcionam ao estudioso da Idade Média uma visão privilegiada através da arte da palavra de suas tensões vivas.  

Referências
Álvaro Alfredo Bragança Júnior é Professor Associado da UFRJ e coordena o NIELIM (Núcleo Interdisciplinar de Estudos sobre as Literaturas da Idade Média)   

ALTHOFF, Gerd. Spielregeln der Politik im Mittelalter. Darmstadt: Wissenschaftliche Buchgesellschaft, 1997.
BACHMANN-MEDICK, Doris. Kultur als Text - Die anthropologische Wende in der Literaturwissenschaft. Frankfurt am Main: Fischer Taschenbuch Verlag, 1996.
BOUTIER, Jean & JULIA, Dominique. (Org.) Passados recompostos: campos e canteiros da História. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ/FGV, 1998.
BRAGANÇA JÚNIOR, Álvaro Alfredo. Medievística Germanística - introdução a um saber desconhecido no Brasil. Revista Plêthos, n°2,2, 2012. Disponível em: http://www.historia.uff.br/revistaplethos/nova/downloads/11%C3%81lvaro.pdf
BRAGANÇA JÚNIOR, Álvaro Alfredo. Poesia histórica e/ou realidade literária - Walther von der Vogelweide e a Alemanha dos séculos XII e XIII: uma abordagem culturalista.  Disponível em: http://www.ricardocosta.com/alvaro.html
BUMKE, Joachim. Höfische Kultur – Literatur und Gesellschaften im hohen Mittelalter. 9. Auflage. München: DTV, 1999.
CHALOUB, Sidney & PEREIRA, Leonardo Affonso de M. (Org.) A História contada:capítulos de história social da literatura no Brasil. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1998.
CHARTIER, Roger. História cultural: entre práticas e representações. Lisboa: Difel, 1987.
FERREIRA, Aurélio Buarque de. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 2. ed.. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1995.
MIETHKE, J & SCHREINER, Klaus. Sozialer Wandel im Mittelalter. Sigmaringen: Jan Thorbecke Verlag,1994
MÜLLER, Ulrich & WEISS, Gerlinde. Deutsche Gedichte des Mittelalters. Stuttgart: Philipp Reclam jun., 1993.
THEODOR, Erwin. A Alemanha no mundo medieval. In: MONGELLI, Lênia Márcia. (Org.) Mudanças e rumos: o Ocidente medieval (séculos XI-XIII). Cotia: Íbis, 1997.
WENZEL, Horst. Frauendienst und Gottesdienst. Berlin: Erich Schmidt Verlag, 1974.


21 comentários:

  1. Como está formulada a diferença entre a Ciência Histórica e a literatura, em que ambas trabalham com textos, mais buscam objetivos diferentes?

    Uma obra literária pode ser usada como fonte histórica?

    Francisco Fablicio Martins

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  2. Se entendemosa História e Literatura como práticas discursivas a serem analisadas através de metodologias de Análise do Discurso e ao percebermos campos do conhecimento como Ciência da Literatura, com objetos e métodos próprios, ambas as áreas são complementares e passíceis de serem consideradas científicas.

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  3. No Medievo as histórias contada eram dos grandes feitos dos personagens haviam também um dilema se a História seria uma ciência ou um texto literário qualquer. Se durante a Antiguidade Clássica, ou seja, Grécia e Roma, o mito se baseavam nos heróis e grandes conquistas, na idade Média o que se via uma historiografia baseada no providencialismo, a ideia de julgamento final.

    Diêgo Luiz Góes santos Menezes

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    1. Na idade Média houve historiadores ao seu tempo, fora os filósofos que contribuíram para a História como Santo Augustinho e Tomás de Aquino?

      Diêgo Luiz Góes Santos Menezes

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    2. O conceito de historiador, como conhecemos hoje, é específico da Modernidade! Contudo, os que mais se aproximam deles são os cronistas como Raul Glaber!

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    3. Sobre o providencialismo ser majoritário na escrita medieval é fato, contudo, o nível depende da temporalidade abraçada. Quanto mais recuada no tempo, mais presa a aspectos digamos religiosos.

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  4. Quando se falam em Idade Média porque colocam como período tenebroso uma vez que homem medieval não se via assim?

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  5. O conceito de Idade das Trevas foi cunhado pelos humanistas renascentistas tardios, melhor dizendo, em fins do século XVI e princípios do XVII.

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    1. Pesquisei foi Francisco Petracas o primeiro a designar o termo Idade Média, mas o fato é que ele não vivenciou a Idade Média no inicio, esse termo surgiu no começo do Renascimento, e hoje em dia está ocorrendo por parte de muitos historiadores uma desconstrução dessas ideias.

      Diêgo Luiz Góes santos Menezes

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    2. Petrarca viveu exatamente durante o Treccento, isto é, ainda dentro da assim denominada Idade Média Tardia.
      Álvaro Bragança

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  6. Até que ponto a Literatura pode ser usada como ferramenta para descrever, ou nos aproximar, de determinado acontecimento histórico? de modo especial, ao período trabalhado no artigo, a Idade Média.

    Att, Josefa Robervania de Albuquerque Barbosa.

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    1. A partir do momento em que podemos analisar um dado período histórico não apenas a partir de documentação convencional, mas também a partir dos textos literários podemos melhor perceber como aquele determinado período era sentido, vivência do, imaginado, enfim, como a literatura exprimia, a seu modo, a relação do homem com o seu contexto.
      Álvaro Bragança

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  7. A literatura teve grande influência na construção de heróis nacionais? Visto que, os heróis, como o Tiradentes, é exaltado de forma tão louvável ou mesmo a exaltação dos militares no regime militar e governo atual.

    Leitor: Pablo Deivid dos santos

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  8. Existem gêneros literários que ajudam certamente a forjar uma identidade, diríamos, nacional, principalmente na Antiguidade, Idade Média até mesmo na Contemporaneidade.
    Álvaro Bragança

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  9. É possível ter alguma ideia de qual era a posição das mulheres a partir da documentação da sua pesquisa? Elas chegaram a produzir, ou os textos são produções masculinas?

    Inês Teixeira Barreto

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  10. Este comentário foi removido pelo autor.

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  11. Excelente texto, uma boa análise sobre a história por uma perspectiva da literatura trovadoresca, utilizando os significado das palavras, como você mesmo disse “a Literatura não é, nem deve ser um espelho da realidade histórica”, mas através delas podemos estabelecer vestígios, em Ginzburg “em os fios e os rastros, percebemos que através das minúcias podemos tecer, que nos pode levar a tendência do que ela transportavam. Olhando com uma visão historiografica, um Poema trovadoresco que foi criado com um intuito recreativo ou disciplinar, não possa ser utilizado como uma documentação ao mesmo tempo em que é visto como literatura, mesmo sendo nos tempos medievais a literatura e a história escrita semelhantes?

    Luanna Klíscia de Amorim Mendes

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  12. Professor Álvaro,
    Como Roger Chartier aponta no início de seu livro À beira da falésia, -
    justamente explicando este título - o caminhar historiográfico entre o discurso e a práxis social é uma atividade muito trabalhosa, pois eventuais descuidos podem nos levar a interpretações relativamente errôneas, se acabarmos nos prendendo mais a representação que aquele discurso traz do real, sem perceber, justamente, que aquilo se trata de uma determinada representação. Em sua perspectiva, quais cuidados devemos tomar ao fazermos esse trabalho, diga-se de passagem, muito produtivo e fascinante, de pesquisa histórica a partir da produção literária?

    Mariano Meranovicz Ribeiro

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  13. Essa relação da Literatura com História pra mim é muito interessante. A Literatura possui diversos modos de aproximação com a realidade, expressa uma leitura peculiar de uma determinada realidade. A minha questão é como nós historiadores temos que trabalhar a Literatura como fonte histórica sem nos emaranharmos com os discursos de ambos que são muito parecidos no que diz respeito a forma discursiva e o conteúdo interpretativo.


    Att, Gilmara Rodrigues Rocha

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  14. Olá Álvaro, parabéns pelo seu texto, consigo assimilar inquietações que possuo enquanto graduando em História que foram didaticamente expostas por você! Gostaria de saber sua opinião em relação à escrita hagiográfica - se é considerada, deste ponto de vista exposto, similar à literatura, e se o seu uso enquanto fonte histórica para se analisar os fenômenos implícitos que refletem as características do entorno social é realizado de maneira similar à sua concepção. Aguardo ansiosamente o retorno!
    Att. Guilherme Tavares Lopes Balau

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  15. Prezado Álvaro Bragança Júnior, você afirma que o objeto de uma "história cultural" seria "identificar o modo como em diferentes lugares e momentos uma determinada realidade social é construída, pensada, dada a ler". Esse seria um ponto em comum entre o testemunho e o documento. Tomando a liberdade de fugir do contexto medieval germânico abordado no texto, o que o realismo fantástico praticado na literatura latinoamericana durante parte do século 20 lê a realidade dessa região nesse período?

    Desde já, parabéns pelo texto e obrigado pela oportunidade de diálogo.

    Pedro Emílio Paradelo.

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